quarta-feira, 21 de julho de 2010

OS MENINOS QUE ROUBAVAM LÁGRIMAS




Vejamos: são exatos seis anos.






Outro dia, sentada sozinha próximo ao setor a qual trabalho, uma moça - pelo qual não conheço - me percebeu em um canto quase que imperceptível, porém privilegiado por sombra. Como de costume - quando não me interesso pela pessoa - não a olhei nos olhos. Continuei agendando a última ligação no celular, quando percebi a pergunta: "gosta de rock, não?", sem maior interesse apenas demonstrei assentimento. Era mais uma daquelas curtas conversas que levam ao julgamento precipitado... E quando menos esperei a mesma continua a rota deixando uma última frase quase silenciosa " - sinceramente, não entendo porque roqueiro gosta de ser sozinho..." . Dei uma risada sem nem mesmo saber o porquê, e logo depois fiquei a pensar no que as pessoas ditas normais conceituam como amizade. Tenho uma personalidade um tanto fria, quando se leva em conta a minha insistente capacidade de desapego. Honestamente confesso que essa é uma daquelas características pessoais que são levadas do bem ao mal, dependendo de quem as faça. Já tive amizades que jurei eternas, e que por vontade maior fora interrompidas pelo luto. Outras, pelo qual jurei fidelidade, guardo lembranças não tão aconchegantes. E somente uma, pelo qual nunca prometi nada, segue em constante importância e amor eterno. O que me leva acreditar que esse nobre sentimento exista de fato é simplesmente a conexão das partes. O entendimento dos mesmos assuntos, os livros em comum, a percepção da vida no contexto social e não somente imaginário. É bom ter alguém que pensa tão igual a você. Como é melhor ainda ter alguém que não te atingirá de modo inescrupuloso quando discordar de algo. A melhor resposta inexpressiva que precisava de uma pessoa - em algum momento da vida - recebi ainda na adolescência, percorrendo o território da rebeldia e falta de compreensão dos fatos. É bom poder sentar hoje e olhar para trás e ver como crescemos e nos tornamos de verdade revoltados, sem precisar vestir a camisa do voto contrário, tendo agora ao invés de revistas manipuladas, um punhado de sonhos e livros literários nas mãos. Melhor ainda, é ver que não forçamos essa amizade a nada, e que de algum lugar na galáxia alguém explicará porque nossas vidas foram entrelaçadas... e se não nos for respondido, paciência, uma dose de subentender não mata ninguém, pelo contrário, só acrescenta.




No entanto, caro Saymon F. - ou Mendoin, como preferir - dedico esse texto unicamente à você, que enfrentou minha introspecção no princípio, e agora tem guardado em mente minhas bobagens e gargalhadas sem motivo. À você a quem julgo eterno confidente e ainda responsável pela minha amizade primordial.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

ESTAMOS VIVOS E É SÓ?


Sabe a velha história de que educação se traz do berço? sabe a velha e impotente sensação de que uma situação decisória só permite argumentos consistentes e imbatíveis? Pois é. Imagine você estar sendo avaliado 24h por dia. Imagine você em um momento novo, em um momento pra lá de crucial, que te exija o melhor e o que você supostamente não sabe lidar. Gosto desse momento. Gosto desse modo de descobrir que nem tudo tem preparo e muito menos companheiros inseparáveis. É contraditório, é você aprender trabalhar em equipe e na hora da prática não ter ninguém pra te socorrer. Estou ainda em etapa de aprendizado, o que já me coloca cara-a-cara com a responsabilidade - mesmo que essa seja limitada. Nos dias que sou solicitada na instituição SENAC me são bem úteis, porém pouco se tira proveito. Veja só: somos mais de 04 empresas - cada empresa com sua turma de 'aprendiz'. São pessoas de todos os modos, crenças e descrenças. Uma turma com aproximadamente 60 pessoas dividem um curto espaço, o que consequentemente já torna o relacionamento conturbado e por vezes indiferente. Sinceramente, não sei se estou sendo precipitada, mas uma imagem negativa se sobrepõe ao meu conceito. Pensava eu, que pelo menos sob força da necessidade os indivíduos se comportariam de maneira adequada, mas não funciona assim não. O que leva alguém se comportar de maneira infantil e inadequada em meio a uma "seleção de comportamentos"?. Acredito que pessoas deste naipe se contentam com que a mãe natureza lhe prevê. Acredito ainda de modo mais negativo que essa pessoa não tem uma perspectiva de crescimento tanto da empresa quanto da sua própria pessoa. Enfim, mesmo que esta pessoa deseje algo melhor ou tão-somente que comprove experiência não é dessa forma que a mesma será levada adiante. Tento me livrar de todas as formas da repugnância a certa tipagem de pessoas, mas sinceramente...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

SOBRE PESSOAS E SUA SUPOSTA NORMALIDADE


Quando se faz uma visita a um ambiente que não atinge seus preceitos tudo fica mínimo. Os olhares parecem te acercar e ainda trazem a sensação de que você não pertence àquele sistema - levando em conta o sentimento de mal-estar e vontade de correr. Minha maior revolta é ver os sorrisos amarelos que convencem. É ver que tudo ali é real e que PESSOAS se prestam a assistir tal espetáculo. Ontem, sozinha, fui refém do peso de não saber cozinhar e me desloquei a um lanche aqui próximo mesmo. Pouco a pouco as mesas começaram a serem preenchidas e não demorou muito um carro super potente estacionou na calçada principal, e acredite: começou o show. Batidas frenéticas computadorizadas direcionavam a noite a um desastre auditivo e nonsense. O pedido finalmente chegou a minha mesa, foi quando um alívio imediato se tornou presente em minha cabeça. Na chegada do garçom pedi para que o mesmo fizesse o favor de colocar o lanche à entrega, pois não desejava presenciar os próximos minutos, que por acaso não seriam muito bons. O garçom sem pesar atendeu meu pedido rapidamente e por fim perguntou: "você é roqueira não é?"... Preferi dizer que não e só apenas "leitora". Sei que de certa forma as pessoas associam o desafeto ao gosto comum ao afeto pelo rock ou ainda evangelho, o que sinceramente é um porre, porque soa como se tudo fosse tão lindamente planejado que só os roqueiros ou seguidores assíduos do cristianismo seriam capazes de contrariar. O que essas pessoas deveriam ter aprendido nas suas infâncias é que nem tudo que é comum é o melhor. A simpatia pelo mesmo cantor/filme/novela e etc. pode sim ser decorrente de uma jogada safada de marketing, que diga-se de passagem está cada vez mais veemente. A propaganda é uma ferramenta poderosa para esse admirável mundo novo, que não lê e dedica-se única e exclusivamente ao que alcança suas pequenas cabecinhas, que não atravessam fronteiras e não saem do lugar nem usando o boné de Aristóteles. Revoltante não é ter que se auto-firmar ignorante em meio a essa sociedade mesquinha, porque veja, criamos o nosso próprio sistema quando buscamos uma fonte de informação. Não digo que essa informação possa vir unicamente de um livro raro da antiga biblioteca de alexandria, mas sim vindo da música em que o indivíduo se colocar a ouvir, ao ambiente em que frequenta e a sala de bate-papo constante que é o nosso convívio interpessoal. Toda ação em sociedade gera uma fonte de conhecimento, então não acredito na ausência da cultura, e sim na difamação que ela adquire ao decorrer do seu percurso. Não é que esse momento da história esteja perdido ou seja o pior de todos eles. Esse século só está aberto as lacunas, ferido intelectualmente e limitado aos meios de pesquisa. Eu espero e muito que as ferramentas educacionais sejam alteradas e que o Brasil possa conseguir não apenas índices de melhora em gráficos, mas que isso se converta em leitura por prazer e não somente por obrigação. Feliz será o dia em que grandes clássicos serão discutidos em praça pública. Feliz será o dia em que a esperança irá se sobrepor as ilusões.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PATRIOTISMO CAMUFLADO


Incrível, o mundo está vestido de verde e amarelo. Não só apenas pelo amor a ginga brasileira, mas também por ser as cores referentes ao país que está sediando a esse belíssimo encontro de raças e religiões, África do Sul. O país localizado ao extremo sul da África, sendo que este é reconhecido por suas 11 línguas oficiais segundo a Carta-magna do país. A África é também conhecida pela sua abrangência multiétnica, que abriga quase 80% dos seus habitantes negros e ainda as maiores comunidades europeias. Mas nem tudo são flores, há exatos 17 anos atrás essa terra fora habitada por muita miséria e repressão. Hoje, libertos da escravidão-social, os sul-africanos comemoram arduamente por esse momento histórico, inclusive, o dia da liberdade(freedom day) é comemorado no dia 27 de abril, onde se celebram as primeiras eleições livres pós-Apartheid. Mas sejamos sinceros, atualmente felizes, mas não livres da dolorosa taxa de desemprego - que acerca quase um quarto da população- e ainda a temida epidemia de HIV, pelo qual é um problema social SERÍSSIMO!. E essa fora a primeira grande dificuldade pelo qual o Estado passou para conseguir sediar a grande e esperada Copa do Mundo.Vejamos, os critérios para tornar um país sede de encontro de várias nações é minucioso e pra lá de projetado. Foi isso que aconteceu. Apesar dos sul-africanos serem donos da maior economia do continente, isso não bastaria. Falando em aspecto de estrutura, segurança e estabilidade, em quê a África conseguiria se sobrepor?. Não sei, só sei que quando o comitê entende que sim o mundo inteiro não conseguiria dizer que não. Vamos ao ponto. Me irrita, sinceramente, o patriotismo que acerca os nobres brasileiros nessa época. Não sou uma amante de futebol e passo bem longe de ser uma anti-copa-do-mundo. Apóio o esporte em todas as suas modalidades e sou defensora da ideia de que o esporte pode sim mudar um caminho e estabelece laços fortes de respeito e compromisso na vida em sociedade. Porém abomino a relação pobreza e futuro- jogador de futebol. Não suporto ver uma criança pobre dizer que quer ajudar a família e para isso vai ser um grande jogador de futebol. O Estado tem que impor a essas cabecinhas que para jogar bem e ser bem sucedido ele terá que entender não apenas de futebol, mas de geografia, história, matemática (controlar milhões), línguas e cultura, então pequeninos: tem que estudar. Sou chata e implicante, já me falaram várias vezes isso. Me tira do sério aquelas bandeirolas no carro de cada cidadão araguaínense. Veja, quantas dessas pessoas trocariam uma viagem à Europa por um passeio ao paraíso nordestino que poucos conhecem?. Quantas dessas mulheres pintariam suas unhas de verde-e-amarelo durante a páscoa?. Quantos playboys trocariam a camisa do seu time do coração por uma camisa oficial do Brasil?. Me desculpem, mas não desce. Sou patriota, confesso. Não há um outro país que me convence e encanta mais que o Brasil. Me fere quando assisto jornais e vejo a lacuna governamental e a atitude inescrupulosa de alguns indivíduos brasileiros. Adoro nossa língua-mãe e dou um boi pra não ver adolescentes escreverem: "comofas" e "vs" (abreviatura nonsense de "você"). Não me conformo com o senhor presidente da república que acha que a chave propulsora do Brasil para negócios no exterior são firmados pelo "rei Pelé" ou Kaká e CIA. O Brasil joga bem? sim, sem dúvidas. Mas não esqueçamos que o mundo não é feito de realizações esportivas, e que enquanto não defendermos nossa pátria com ardor e eficiência ela jamais crescerá e nos proporcionará algo a nível europeu, e veja, me refiro a saúde, educação e dignidade. Enquanto somos reféns de uma "pelada" nos finais de semana, seremos reféns a vida inteira da calamidade, conformismo, e ainda, dos abusos do Estado.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

À VINTAGE


Já repararam que a moda agora é seguir a moda?. Já pararam pra pensar que em tempos não tão longínquos sorriam de você se caso saísse na rua de óculos escuro?. É normal se adaptar a ditadura alheia?. Não sei porquê, apesar de curtir a ideologia e toda a etapa histórica em que os estilistas baseiam-se para designar algum tipo de roupa ou acessório, acho um saco a forma como as pessoas se deixam declarar pulso fraco. Não critico o carinha que se verte bem, pelo contrário, admiro e o recebo com salva de palmas. Porém é controverso por exemplo, um cara totalmente machista/intolerante colocar uma camisetinha baby look e sair por aí dizendo quem é ou não homem suficiente pra pegar fulana. É controverso por exemplo uma patricinha usar all stars durante o modismo e depois desdenhar um roqueiro das antigas. Gosto do senso crítico. Não o matenho distante por nada. Respeito opiniões e quase nunca exponho a minha ao ridículo. Porque sejamos sinceros, hoje as opiniões são mantidas a velho grau. Ninguém tem a preocupação de ler, pesquisar e só então tornar "a posteriori". As coisas andam pelo caminho da ditadura. É o momento mais nonsense da história, mais contraditório. Fico imaginado o que os livros de história nos contarão daqui há dois mil anos. Maximizando o conteúdo, imagine então a posição social, cultural e intelectual pelo qual nossos descendentes ocuparão suas pobres cabeças. Imagine que decepção eles terão ao perceber que não haverá Napoleão Bonaparte e muito menos princesa Isabel. Mas também não sejamos tão pessimistas, veja bem, quem dirá que mulheres frutas resistirão a virada de ano?(...). A questão da fragilidade de opiniões se inicia de algo bem supérfluo, não demora muito e a roupa muda teu modo de falar, ver e analisar as coisas. O cuidado com modismos além de denegrir tua capacidade de escolha torna limitado sua percepção sociológica e moral. Por isso leitores- anônimos: sejamos reféns de uma boa literatura!

sábado, 29 de maio de 2010

CRIME CONTRA A LIBERDADE


Não é nenhuma novidade a questão de que Araguaína há muito tempo deixou de ser um lugar de sossego. Assaltos constantes. Homicídios frequentes. Comercialização de drogas ilícitas. Mas uma coisa é certa: nunca ninguém se imagina na delicada situação. Anteontem, por volta das 20:00 hrs, minha mãe passou por um constrangimento que JAMAIS vai dormir sem pensar no mesmo. Ela foi vítima de sequestro-relâmpago, seu carro foi roubado e sem falar na sucessão de humilhação, medo e coação. Nunca imaginei que as aulas de direito penal seria vista tão próxima e real "ART. 148 (C.P)- Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado, reclusão de 1 a 3 anos(...)". Acontece que quando o problema do vizinho chega na sua casa as atitudes mudam. Você não adota a possibilidade de sequestro, roubo ou ainda acidente quando o próximo não chegou na hora prevista. E foi isso que aconteceu. Mesmo sabendo que algo estava errado, preferimos nos deixar levar que a situação se tratava de uma exceção, e que minha mãe teria se ausentado por uma noite sem avisar. Claro, não dormimos, mas também não alarmamos. Foi o pior dia da minha vida e não temo em dizer que dos familiares, amigos e óbvio, o dela também. Não desejo essa aflição nem a pior criatura do mundo e muito menos a qualquer um dos componentes da quadrilha. Sinceramente, apesar da revolta, espero que cada um deles encontrem a Deus. Que peçam perdão ao que disseram nessa vida e principalmente pela dor que causaram a todas as famílias que foram reféns desses pobres indivíduos. Me resta PENA, somente pena - o que não poderia ser pior - a esses homens. Que eles não precisem sustentar o peso de ver alguém amado na mira de um revólver. Mas que eles sintam o peso da mão divina na ocasião certa.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

IMAGEM É TUDO SUA CABEÇA NÃO TEM NADA


Buscar o discernimento na postura de outrem significa tão-somente gritar critérios que não são seus. É incrível, mas tenho a vaga impressão de que tudo está aos seus trilhos,porém, em lugares opostos. Sabe o que me impressiona? o desestímulo, frieza e o modo a priori das pessoas. Não vou me referir "pessoas" porque não são pessoas num todo, são específicas. Citar nomes não me cabe, pois não digo direto a alguém, é questão em sociedade, ou melhor, quase sociedade. O ambiente faculdade causa medo, isso causa. Medo não, melhor, náuseas. Acredite, você vai lidar com TODAS as espécies dessa tipagem. Gente que se limitou ao ensino médio. Gente que parece não ter frequentado o ensino médio. Gente que está em constante mudança no ensino médio. Cabeças que merecem coroas. Cabeças que merecem um bom livro. Indivíduos assíduos. Indivíduos alienados. Gente que viaja em fração de segundos ao classicismo e ainda paira sobre o tempo que deseja na mecânica quântica. A grande questão disso tudo é que somos ensinados trabalhar em grupo pra crescer. No entanto a faculdade te afasta do meio pra eliminar a concorrência.

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Araguaína, Tocantins, Brazil
Uma fã da obra do cineasta Stanley Kubrick. A laranja mecânica lida por Jack Nicholson. Uma apaixonada por Thomas Hobbes. Uma entre centenas de revoltados pela fragilidade do príncipe regente D. João. Anti-censura/falácia/grito sem voz. Membro do exército de ideais Napoleônicos. Revolucionária que ainda não achou sua causa. Estudiosa da obra Clariciana. Defensora do blues e seus afluentes. Refém das palavras do Sir. Fiódor Dostoiévski e Arthur Conan Doyle. Habitante imaginária da biblioteca de Alexandria. Quem sobrevive da frieza dos relatos literários europeus do século XVIII. Ex- garota-simpática.

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