quarta-feira, 30 de junho de 2010

ESTAMOS VIVOS E É SÓ?


Sabe a velha história de que educação se traz do berço? sabe a velha e impotente sensação de que uma situação decisória só permite argumentos consistentes e imbatíveis? Pois é. Imagine você estar sendo avaliado 24h por dia. Imagine você em um momento novo, em um momento pra lá de crucial, que te exija o melhor e o que você supostamente não sabe lidar. Gosto desse momento. Gosto desse modo de descobrir que nem tudo tem preparo e muito menos companheiros inseparáveis. É contraditório, é você aprender trabalhar em equipe e na hora da prática não ter ninguém pra te socorrer. Estou ainda em etapa de aprendizado, o que já me coloca cara-a-cara com a responsabilidade - mesmo que essa seja limitada. Nos dias que sou solicitada na instituição SENAC me são bem úteis, porém pouco se tira proveito. Veja só: somos mais de 04 empresas - cada empresa com sua turma de 'aprendiz'. São pessoas de todos os modos, crenças e descrenças. Uma turma com aproximadamente 60 pessoas dividem um curto espaço, o que consequentemente já torna o relacionamento conturbado e por vezes indiferente. Sinceramente, não sei se estou sendo precipitada, mas uma imagem negativa se sobrepõe ao meu conceito. Pensava eu, que pelo menos sob força da necessidade os indivíduos se comportariam de maneira adequada, mas não funciona assim não. O que leva alguém se comportar de maneira infantil e inadequada em meio a uma "seleção de comportamentos"?. Acredito que pessoas deste naipe se contentam com que a mãe natureza lhe prevê. Acredito ainda de modo mais negativo que essa pessoa não tem uma perspectiva de crescimento tanto da empresa quanto da sua própria pessoa. Enfim, mesmo que esta pessoa deseje algo melhor ou tão-somente que comprove experiência não é dessa forma que a mesma será levada adiante. Tento me livrar de todas as formas da repugnância a certa tipagem de pessoas, mas sinceramente...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

SOBRE PESSOAS E SUA SUPOSTA NORMALIDADE


Quando se faz uma visita a um ambiente que não atinge seus preceitos tudo fica mínimo. Os olhares parecem te acercar e ainda trazem a sensação de que você não pertence àquele sistema - levando em conta o sentimento de mal-estar e vontade de correr. Minha maior revolta é ver os sorrisos amarelos que convencem. É ver que tudo ali é real e que PESSOAS se prestam a assistir tal espetáculo. Ontem, sozinha, fui refém do peso de não saber cozinhar e me desloquei a um lanche aqui próximo mesmo. Pouco a pouco as mesas começaram a serem preenchidas e não demorou muito um carro super potente estacionou na calçada principal, e acredite: começou o show. Batidas frenéticas computadorizadas direcionavam a noite a um desastre auditivo e nonsense. O pedido finalmente chegou a minha mesa, foi quando um alívio imediato se tornou presente em minha cabeça. Na chegada do garçom pedi para que o mesmo fizesse o favor de colocar o lanche à entrega, pois não desejava presenciar os próximos minutos, que por acaso não seriam muito bons. O garçom sem pesar atendeu meu pedido rapidamente e por fim perguntou: "você é roqueira não é?"... Preferi dizer que não e só apenas "leitora". Sei que de certa forma as pessoas associam o desafeto ao gosto comum ao afeto pelo rock ou ainda evangelho, o que sinceramente é um porre, porque soa como se tudo fosse tão lindamente planejado que só os roqueiros ou seguidores assíduos do cristianismo seriam capazes de contrariar. O que essas pessoas deveriam ter aprendido nas suas infâncias é que nem tudo que é comum é o melhor. A simpatia pelo mesmo cantor/filme/novela e etc. pode sim ser decorrente de uma jogada safada de marketing, que diga-se de passagem está cada vez mais veemente. A propaganda é uma ferramenta poderosa para esse admirável mundo novo, que não lê e dedica-se única e exclusivamente ao que alcança suas pequenas cabecinhas, que não atravessam fronteiras e não saem do lugar nem usando o boné de Aristóteles. Revoltante não é ter que se auto-firmar ignorante em meio a essa sociedade mesquinha, porque veja, criamos o nosso próprio sistema quando buscamos uma fonte de informação. Não digo que essa informação possa vir unicamente de um livro raro da antiga biblioteca de alexandria, mas sim vindo da música em que o indivíduo se colocar a ouvir, ao ambiente em que frequenta e a sala de bate-papo constante que é o nosso convívio interpessoal. Toda ação em sociedade gera uma fonte de conhecimento, então não acredito na ausência da cultura, e sim na difamação que ela adquire ao decorrer do seu percurso. Não é que esse momento da história esteja perdido ou seja o pior de todos eles. Esse século só está aberto as lacunas, ferido intelectualmente e limitado aos meios de pesquisa. Eu espero e muito que as ferramentas educacionais sejam alteradas e que o Brasil possa conseguir não apenas índices de melhora em gráficos, mas que isso se converta em leitura por prazer e não somente por obrigação. Feliz será o dia em que grandes clássicos serão discutidos em praça pública. Feliz será o dia em que a esperança irá se sobrepor as ilusões.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PATRIOTISMO CAMUFLADO


Incrível, o mundo está vestido de verde e amarelo. Não só apenas pelo amor a ginga brasileira, mas também por ser as cores referentes ao país que está sediando a esse belíssimo encontro de raças e religiões, África do Sul. O país localizado ao extremo sul da África, sendo que este é reconhecido por suas 11 línguas oficiais segundo a Carta-magna do país. A África é também conhecida pela sua abrangência multiétnica, que abriga quase 80% dos seus habitantes negros e ainda as maiores comunidades europeias. Mas nem tudo são flores, há exatos 17 anos atrás essa terra fora habitada por muita miséria e repressão. Hoje, libertos da escravidão-social, os sul-africanos comemoram arduamente por esse momento histórico, inclusive, o dia da liberdade(freedom day) é comemorado no dia 27 de abril, onde se celebram as primeiras eleições livres pós-Apartheid. Mas sejamos sinceros, atualmente felizes, mas não livres da dolorosa taxa de desemprego - que acerca quase um quarto da população- e ainda a temida epidemia de HIV, pelo qual é um problema social SERÍSSIMO!. E essa fora a primeira grande dificuldade pelo qual o Estado passou para conseguir sediar a grande e esperada Copa do Mundo.Vejamos, os critérios para tornar um país sede de encontro de várias nações é minucioso e pra lá de projetado. Foi isso que aconteceu. Apesar dos sul-africanos serem donos da maior economia do continente, isso não bastaria. Falando em aspecto de estrutura, segurança e estabilidade, em quê a África conseguiria se sobrepor?. Não sei, só sei que quando o comitê entende que sim o mundo inteiro não conseguiria dizer que não. Vamos ao ponto. Me irrita, sinceramente, o patriotismo que acerca os nobres brasileiros nessa época. Não sou uma amante de futebol e passo bem longe de ser uma anti-copa-do-mundo. Apóio o esporte em todas as suas modalidades e sou defensora da ideia de que o esporte pode sim mudar um caminho e estabelece laços fortes de respeito e compromisso na vida em sociedade. Porém abomino a relação pobreza e futuro- jogador de futebol. Não suporto ver uma criança pobre dizer que quer ajudar a família e para isso vai ser um grande jogador de futebol. O Estado tem que impor a essas cabecinhas que para jogar bem e ser bem sucedido ele terá que entender não apenas de futebol, mas de geografia, história, matemática (controlar milhões), línguas e cultura, então pequeninos: tem que estudar. Sou chata e implicante, já me falaram várias vezes isso. Me tira do sério aquelas bandeirolas no carro de cada cidadão araguaínense. Veja, quantas dessas pessoas trocariam uma viagem à Europa por um passeio ao paraíso nordestino que poucos conhecem?. Quantas dessas mulheres pintariam suas unhas de verde-e-amarelo durante a páscoa?. Quantos playboys trocariam a camisa do seu time do coração por uma camisa oficial do Brasil?. Me desculpem, mas não desce. Sou patriota, confesso. Não há um outro país que me convence e encanta mais que o Brasil. Me fere quando assisto jornais e vejo a lacuna governamental e a atitude inescrupulosa de alguns indivíduos brasileiros. Adoro nossa língua-mãe e dou um boi pra não ver adolescentes escreverem: "comofas" e "vs" (abreviatura nonsense de "você"). Não me conformo com o senhor presidente da república que acha que a chave propulsora do Brasil para negócios no exterior são firmados pelo "rei Pelé" ou Kaká e CIA. O Brasil joga bem? sim, sem dúvidas. Mas não esqueçamos que o mundo não é feito de realizações esportivas, e que enquanto não defendermos nossa pátria com ardor e eficiência ela jamais crescerá e nos proporcionará algo a nível europeu, e veja, me refiro a saúde, educação e dignidade. Enquanto somos reféns de uma "pelada" nos finais de semana, seremos reféns a vida inteira da calamidade, conformismo, e ainda, dos abusos do Estado.

RECIPROCIDADE MÚLTIPLA

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Araguaína, Tocantins, Brazil
Uma fã da obra do cineasta Stanley Kubrick. A laranja mecânica lida por Jack Nicholson. Uma apaixonada por Thomas Hobbes. Uma entre centenas de revoltados pela fragilidade do príncipe regente D. João. Anti-censura/falácia/grito sem voz. Membro do exército de ideais Napoleônicos. Revolucionária que ainda não achou sua causa. Estudiosa da obra Clariciana. Defensora do blues e seus afluentes. Refém das palavras do Sir. Fiódor Dostoiévski e Arthur Conan Doyle. Habitante imaginária da biblioteca de Alexandria. Quem sobrevive da frieza dos relatos literários europeus do século XVIII. Ex- garota-simpática.

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